sexta-feira, 28 de outubro de 2011

OUTRO MINEIRO DE TALENTO





Esta figura simpática aí ao lado é o artista plástico e professor de artes Robson Neves, pessoa com quem só recentemente travei amizade e que conheci através do nosso amigo comum, Túlio Dias, outro artista de renome e outro mestre das cores.

Robson é mais um mineiro de talento, nascido em Mantena, mas criado em Belo Horizonte. Filho de um artista plástico, que também era artista de circo, iniciou-se na pintura sob a orientação do pai, até que em 1982 passou a ter preciosas lições com o grande paisagista Jesus Ramos e, posteriormente, com o mestre em naturezas mortas, Bracher Jr., sempre aprimorando técnica.

A pintura de Robson trás nela mesma as outras cores de Minas Gerais, seus remansos, seus recantos e seus seculares casarios de fazenda. O visual da obra de Robson é a festa dos olhos e a fartura das cores, sem economia de tinta ou de expressão, mesmo nos momentos que retrata o bucólico ou o lírico da calma mineira.

De observar que a obra de Robson, embora retratando cenas já tradicionais, são diferentes, tendo um cromático de frescor, como se fosse a reprodução de um momento oportunista, que não se repetirá. Uma parada do tempo.

No mais, deleitem-se com as telas deste mineiro, tendo o prazer de reter a paisagem e a visão das Minas Gerais


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Robson Neves - coleção particular







Robson Neves - coleção particular






Robson Neves - coleção particular






Robson Neves (tela baseada em obra de Alexandre Reider) - coleção particular






Robson Neves - coleção particular






Robson Neves - coleção particular






Robson Neves  - coleção particular
GALERIA ESPECIAL


Muitos podem pensar que minha admiração pelo trabalho do José Rosário é fruto exclusivo de nossa amizade. Não é bem assim. 
 José Rosário é um pintor excepcional e se renova a cada momento, merecendo admiração e aplausos, não só pela versatilidade, pela técnica, como também pelo conjunto de sua obra.
Abaixo destaco apenas três telas, com três motivos diferentes, todos igualmente belos, pelo que fica justificado o motivo desta galeria especial.




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José Rosario - "As Riquezas Que Rolam de Minas" - 1,10 x 1,10






José Rosário - "Arranjo" - 40 x 50






José Rosário - "Estrada com Leiteiro" - 50 x 70
TELAS IN FLASH


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Adelio Sarro - coleção particular





Claudio Vinicius - coleção particular





Jose Correia de Lima - 1814-1857 - Mus. Nac. Belas Artes





Manoel Moreno - coleção particular





Paulo de Carvalho - obra recente ainda de posse do artista





Sandra Artioli - coleção particular





J. Falconi - coleção Edmundo Machado
ESPAÇO ESTRANGEIRO


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Barbara Conley - USA





Jean Bailly - Argélia





Benjamin Wu - China





Javier - Espanha





Daniel Van Der Putten - Alemanha





Oscar Villalon - Chile





Renso Casteneda - Peru
CANTINHO DA MÚSICA



 O CENTENÁRIO DE NELSON CAVAQUINHO 


E vamos falar de um sambista importante para a música brasileira e que, se  vivo fosse, estaria completando cem anos. Vamos falar de Nelson Antonio da Silva, carioca, nascido em 29/10/1911, filho de família humilde, e que pelo estilo peculiar de tocar o instrumento com apenas dois dedos, ficou conhecido pelo apelido de Nelson Cavaquinho, e nos deixou músicas que são pérolas do samba e temas obrigatórios em qualquer boa roda de músicos.

A vida de Nelson Cavaquinho, para não variar do geral dos grandes sambistas, sempre foi um misto de dificuldades, boêmia, roda de samba e histórias engraçadas. Ainda muito jovem misturou-se com a malandragem carioca e, com suas andanças pelas noites, conheceu grandes músicos que muito influenciaram em sua formação. Casou-se aos vinte anos, depois de ser levado até a delegacia pelo pai da moça e, por não ter emprego, sempre contou com parentes para prover a família e os quatro filhos nascidos desta união.

Um pouco adiante conseguiu um posto como cavalariano na Polícia Militar, ficando responsável pela patrulha do Morro da Mangueira onde, na verdade, parava de bar em bar e onde fez amizade com Cartola, Carlos Cachaça, Zé da Zilda e outros. Nestas patrulhas na Mangueira ainda mais envolveu-se com o samba e a boêmia, não só passando dias e noites sem ir à casa, como também faltando ao serviço, o que lhe rendia detenções constantes. No xadrez passava o tempo compondo, sendo fruto de uma destas tantas detenções a música “Entre a Cruz e a Espada”, totalmente composta na prisão.

Começou a fazer sucesso quando algumas de suas músicas foram gravadas por Cyro Monteiro, momento em que também se separou da mulher e ficou livre para suas noitadas sem fim. Como vivia sem dinheiro, vendia seus sambas por ninharias na Praça Tiradentes e alguns que lhes foram mais próximos afirmam que muito samba de sucesso tido como deste ou daquele nome, hoje importante, é na verdade uma destas composições vendidas.

Analisando a música de Nelson Cavaquinho, quase sempre composta na madrugada, em mesa de bar regada a cerveja ou cachaça, ressalta que a melancolia e a morte são temas marcantes em sua obra e a fatalidade e os amores fracassados uma constante, o que demonstra um conflito interno e uma dor íntima bastante acentuada. Basta ouvirmos “A Flor e o Espinho”, “Rugas”, “Quando Eu Me Chamar Saudade” e outras, para que a afirmativa acima seja comprovada.

O grande parceiro musical de Nelson Cavaquinho foi Guilherme de Brito, que conheceu o parceiro quando este já era sucesso, sendo a música “Garça” a primeira obra da dupla. Consta que Nelson Cavaquinho deixou um repertório de mais de seiscentas músicas, sendo uma grande parte delas inéditas e uma grande maioria já perdidas ou esquecidas, pois o compositor não as escrevia, preferindo guarda-las na memória.

Já idoso e sentindo o peso das noites e madrugadas passadas, Nelson parou de beber e fumar, tentava ter um sono em horário normal e não mais desaparecia por dias seguidos. Neste período as composições foram diminuindo drasticamente, embora ainda aparecesse uma ou outra, até que na madrugada de fevereiro de 1986, com 74 anos de idade, o compositor faleceu vítima de enfisema pulmonar.

                                                 Edmundo Machado

terça-feira, 11 de outubro de 2011

O SENHOR DA ÁFRICA




José Martinatti, nascido em Rinópolis/SP, encantou-me com seu trabalho no primeiro momento em que vi suas telas. São telas diferentes, fascinantes. São telas resgatando a história de uma terra e de um povo que veio ao nosso país como escravo e que construiu esta nação. Entendo que o texto que melhor define o artista foi escrito por Marcco Venturelli, pelo que apenas o transcrevo :
 
“Lembro quando José me procurou para aprender a pintar. Filho de mãe pintora e professora de pintura há muitos anos, ali estava ele querendo aprender comigo. Senti a responsabilidade e estranhei ele ter esperado tanto tempo para começar. Iniciou-se como todo aluno, na paisagem, no acadêmico. 

Com uma facilidade enorme foi desenvolvendo os trabalhos, e comentei várias vezes o dom herdado da mãe. Sempre comentou sua paixão pela África, e eu dizia para que aprendesse técnicas, e quando estivesse pronto para decidir qual seu estilo próprio, faria a escolha. Ele nunca escolheu um estilo, escolheu o tema. África. Negros. Negras. 

E foi sempre se desenvolvendo, e aprendendo técnicas em cima desse tema, mesclando outros trabalhos, mas retornando a ele. E eu ensinando, corrigindo e prestando muita atenção. 

O que sua alma trazia lá de trás, sei lá de que vivência, mas sempre estampada ali. Porque as cores do sol da África estão nos quadros, seus desenhos, seus relevos, traços de pintores primitivos africanos também, e todas as vertentes de desenhos e cores que se vê na África, em algum trabalho se pode notar estampado. “

(Texto do artista plástico e professor de artes Marcco Venturelli)



José Martinatti- coleção particular





José Martinatti - coleção particular





José Martinatti - coleção Edmundo Machado





José Martinatti- coleção particular





José Martinatti - coleção particular





José Martinatti - coleção particular





José Martinatti - coleção particular

(agradecimentos especiais aos artistas Altamiro Marques, Arimatéia, Kolley Nardi, Maura Kaschel, Diana Louro e Vera Matos pela autorização do uso de imagens de seus respectivos trabalhos)


TELAS IN FLASH


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Nelson Molina - coleção particular





Altamiro Marques - coleção particular





Kolley Nardi - coleção particular





Maura Kaschel - coleção particular





Arimatéria - coleção particular





Diana Louro - coleção particular





Vera Matos - coleção particular

SEÇÃO ESPECIAL 

 Max Ginsburg é um pintor extremamente realista, nascido na França e radicado nos Estados Unidos. É o autor da obra "Pieta da Guerra", tela que se vê abaixo e que, pela força da imagem, pela criatividade, pela técnica e pela mensagem que transmite, mereceu este espaço especial.



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ESPAÇO ESTRANGEIRO


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Duffy Sheridan - USA




Andre Balyon - Alemanha




An He - China




Antonio Pedrosa - Espanha




David Smith - Inglaterra




Mustafa Keyhani - Iran




Charles Theodore Frere - 1814-1888 - França
(Devido a importância do assunto abaixo, excepcionalmente esta seção do blog não tratará de música nesta atualização)



CANTINHO DO CONSUMIDOR



ACORDA, VOCÊ ESTÁ SENDO LESADO

Sem sombras de dúvidas, o setor empresarial tem por objetivo principal a obtenção de lucros. Até aí nada de mais, pois esta é a realidade de todo o mundo, onde a atividade produtiva, que gera empregos e paga impostos, alavanca o país. Entretanto, em nossa Nação alguns pontos estão a merecer nossa completa vigilância, devido as artimanhas que estão sendo utilizadas para lesar o consumidor sem que ele sequer perceba. 

Digo isto porque, alertado por um amigo, passei a observar produtos de valores pequenos, mas que trazem embutido um preço final absurdo e pude verificar que nos menores preços está a grande jogada do “lesa consumidor”. Os produtos vendidos em pequenas quantidades, em pequenas porções e por preços que não chamam a atenção, desorientam o consumidor e o fazem perder a percepção do valor real que está pagando.

Só como exemplo : você entra no supermercado e compra um saquinho de orégano, aquele tempero muito utilizado em pizza, pagando em média R$ 1,99 por uma embalagem contendo três (3) gramas do produto. O valor é pequeno e você não dá nenhuma atenção ao fato. Porém, se você fizer as contas, verá que na verdade está pagando R$ 663,33 pelo quilo do orégano. Assustou-se ? Mas é isto mesmo. Se três gramas custaram R$ 1,99 o quilo custará mais de um salário mínimo.

Outro produto que não fazemos a conta completa é tinta para impressora. Em uma inteligente jogada os fabricantes passaram a oferecer impressoras jato de tinta a preços cada vez mais barato, mas com cartuchos custando cada vez mais caros, sem esquecer que de uns tempos para cá os fabricantes reduziram a quantidade de tinta na metade (nota: antes os cartuchos continham 10 ml de tinta. Agora, só 5 ml.), mas mantiveram o preço tal qual era.

Veja a conta, que é inquestionável: Um cartucho de tinta original contendo 5 mililitros custando R$ 50,00 equivale dizer que você está pagando dez mil reais (R$ 10.000,00) pelo litro da tinta. Preste atenção, pois estamos falando de dez mil reais por um litro de tinta para impressora. Argumentaria o fabricante que tem embutido no produto o custo da embalagem e a tecnologia de ponta. Mesmo sabendo que é “conversa para boi dormir”, aceitemos o argumento e vamos fazer um desconto de 50% no litro da tinta e ainda assim teríamos o astronômico valor de R$ 5.000,00 por litro.

Como um litro de tinta para impressora pode custar mais caro do que uma motocicleta, cinco notebooks, cinco televisores de LCD e tantas outras coisas mais? Ou seja, é um assalto elegante, uma estratégia inteligente, onde o consumidor sequer nota o quanto está sendo lesado. Se você fez as contas, verá que um litro de tinta para impressora está custando proporcionalmente mais caro do que tudo que você gasta na sua manutenção e de sua família. 

Só nestes dois exemplos citados acima, já dei aos meus leitores uma amostra do quanto somos lesados todos os dias. E o pior é que a sociedade brasileira não adquiriu ainda a capacidade de se auto defender, seja reclamando, seja boicotando o produto que está fora dos parâmetros normais de preços. 

E precisamos adquirir esta capacidade imediatamente, pois em uma série enorme de outros produtos o quadro se repete e você nem percebe. É o rolo de papel higiênico que diminui a quantidade de metros mas mantém o preço, é a caixa de bombom que diminui a quantidade de bombons mas mantém o preço, é o caderno escolar que diminui a quantidade de páginas mas mantém o preço, enfim, você é discretamente "passado para trás" sem sequer perceber.

No mais, na próxima compra de um produto qualquer faça a conta e proteja seu bolso, pois se cada um fizer a sua parte, principalmente não comprando o produto enganador e avisando aos amigos para que não comprem também, o país chegará a maturidade mais rapidamente.

                                            Edmundo Machado