sexta-feira, 24 de junho de 2011

NOTA : MAIS UMA VEZ, NOSSOS SINCEROS AGRADECIMENTOS AO AMIGO E ARTISTA PLÁSTICO, JOSÉ ROSÁRIO, PELA ENORME E CONSTANTE COLABORAÇÃO PARA COM ESTE BLOG.
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DE BELO HORIZONTE PARA O MUNDO



Nascido em Belo Horizonte/MG, de porte grande, sorriso franco, olhar alegre, de bem com a vida, este é Túlio Dias, um dos maiores nomes da arte brasileira e que dispensa exaltações devido ao enorme prestígio que goza junto as galerias, colecionadores e críticos de arte.

O início de Túlio na pintura é uma história típica dos gênios e daqueles que já vêm predestinados a um lugar ao sol. Na adolescência recebeu de sua mãe uma determinada quantia para comprar uma calça nova como presente de Natal e, ao contrário de adquirir a calça que precisava, entrou em uma loja e comprou material de pintura, que incluía uns poucos pincéis, poucas tintas e duas telas pequenas. Evidente que ao chegar á casa com tintas ao invés da calça, levou umas palmadas da mãe.

Nesta mesma época, face as dificuldades, seu cavalete era a parede, onde cerca de dez pregos em diversas alturas estabeleciam o espaço e onde Túlio pintava em pé. Ainda neste período, pela ausência de dinheiro para adquirir telas, pintou muita obra em tábua de caixote de uvas que achava pelas ruas e em muito eucatex com base branca que uma gentil senhora sempre lhe dava.

Dados os primeiros passos Túlio Dias deslanchou no mundo das artes plásticas e expandiu seu mundo de cores. Os pintores Rui de Paula e Mauro Ferreira muito influenciaram em sua formação artística, seguidos do mestre Wilson Vicente e de Cláudio Vinicius, sendo que deste último Túlio sempre diz que “-Ver o Cláudio pintar me inspira. Com ele aprendi a enxergar o desenho das cores.”

As telas de Túlio Dias não comportam uma descrição sistemática devido a diversidade de inspiração e de tradição imposta em cada obra, como brindando a vida e espalhando a luz. Sua temática interiorana é extremamente forte e poderosa, vez que as folhas têm movimento, a grama tem cheiro, a água barulho, o que transporta o observador para dentro da obra.

Nas fotos abaixo uma simples visão do que este magistral artista produz e o motivo pelo qual tem obras já incluídas em coleções importantes no exterior e a mais completa justificativa de estar sendo aplaudido pelos quatro cantos do mundo.





Túlio Dias - coleção particular





Túlio Dias - coleção particular




Túlio Dias  - coleção particular





Túlio Dias - coleção particular





Túlio Dias - coleção particular




Túlio Dias - coleção particular





Túlio Dias - coleção particular

TELAS IN FLASH


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Alexandre Reider - coleção particular




João Batista da Costa - 1915 - coleção particular




França Júnior - 1888 - coleção particular




José Martinatti - Guerreira Massay




Mauro Ferreira - coleção particular




Sandro José - coleção particular




Manoel Costa - coleção particular
ESPAÇO ESTRANGEIRO



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Richard Parkes Bonington - 1825 - Inglaterra





Alfredo Rodriguez - México




Klaes Molenaer - 1630-1676 - Holanda




Antonio Cazorla - Espanha




Nicolas Antoine Taunay - pintor francês - vista do Rio de Janeiro em 1816




Friedrich Von Amerling - 1803-1887 - Áustria
CANTINHO DA MÚSICA



    GRANDES NOMES DO SAMBA 


Nelson Cavaquinho
Ainda tratando dos grandes e importantes nomes do samba, vamos falar de Nelson Antonio da Silva, carioca, filho de família humilde, e que pelo estilo peculiar de tocar o instrumento com apenas dois dedos, ficou conhecido pelo apelido de Nelson Cavaquinho, e nos deixou músicas que são pérolas do samba e temas obrigatórios em qualquer boa roda de músicos.
A vida de Nelson Cavaquinho, para não variar do geral dos grandes sambistas, sempre foi um misto de dificuldades, boêmia, roda de samba e histórias engraçadas. Ainda muito jovem misturou-se com a malandragem carioca e, com suas andanças pelas noites, conheceu grandes músicos que muito influenciaram em sua formação. Casou-se aos vinte anos, depois de ser levado até a delegacia pelo pai da moça e, por não ter emprego, sempre contou com parentes para prover a família e os quatro filhos nascidos desta união.
Um pouco adiante conseguiu um posto como cavalariano na Polícia Militar, ficando responsável pela patrulha do Morro da Mangueira onde, na verdade, parava de bar em bar e onde fez amizade com Cartola, Carlos Cachaça, Zé da Zilda e outros. Nestas patrulhas na Mangueira ainda mais envolveu-se com o samba e a boêmia, não só passando dias e noites sem ir à casa, como também faltando ao serviço, o que lhe rendia detenções constantes. No xadrez passava o tempo compondo, sendo fruto de uma destas tantas detenções a música “Entre a Cruz e a Espada”, totalmente composta na prisão.
Começou a fazer sucesso quando algumas de suas músicas foram gravadas por Cyro Monteiro, momento em que também se separou da mulher e ficou livre para suas noitadas sem fim. Como vivia sem dinheiro, vendia seus sambas por ninharias na Praça Tiradentes e alguns que lhes foram mais próximos afirmam que muito samba de sucesso tido como deste ou daquele nome, hoje importante, é na verdade uma destas composições vendidas.
Analisando a música de Nelson Cavaquinho, quase sempre composta na madrugada, em mesa de bar regada a cerveja ou cachaça, ressalta que a melancolia e a morte são temas marcantes em sua obra e a fatalidade e os amores fracassados uma constante, o que demonstra um conflito interno e uma dor íntima bastante acentuada. Basta ouvirmos “A Flor e o Espinho”, “Rugas”, “Quando Eu Me Chamar Saudade” e outras, para que a afirmativa acima seja comprovada.
O grande parceiro musical de Nelson Cavaquinho foi Guilherme de Brito, que conheceu o parceiro quando este já era sucesso, sendo a música “Garça” a primeira obra da dupla. Consta que Nelson Cavaquinho deixou um repertório de mais de seiscentas músicas, sendo uma grande parte delas inéditas e uma grande maioria já perdidas ou esquecidas, pois o compositor não as escrevia, preferindo guarda-las na memória.
Já idoso e sentindo o peso das noites e madrugadas passadas, Nelson parou de beber e fumar, tentava ter um sono em horário normal e não mais desaparecia por dias seguidos. Neste período as composições foram diminuindo drasticamente, embora ainda aparecesse uma ou outra, até que na madrugada de fevereiro de 1986, com 74 anos de idade, o compositor faleceu vítima de enfisema pulmonar.

                                                 Edmundo Machado

sexta-feira, 10 de junho de 2011

UM DIFUSOR DE SONS E CORES



Restaurando Ig. São José Operário
José Ricardo é natural de João Monlevade, cidade do interior de Minas Gerais, nascido em uma família de artistas, vez que todos os seus parentes são instrumentistas ou cantores. Catalogado nos principais dicionários de artes, é pintor, restaurador, professor de artes e um difusor das belas paisagens encontradas pelas terras mineiras.

José Ricardo é um pintor em família de músicos, pelo que sua veia artística é genética, ampla e extremamente diversificada. Apaixonado pelo “Choro” e por samba de raiz, tornou-se instrumentista, executando um violão de sete cordas com maestria.

Altamente disciplinado, fruto da prática de esportes marciais quando jovem,  modalidade esportiva na qual foi bi campeão mineiro e campeão brasileiro, conheceu a pintura e, aliando dedicação e perseverança com inspiração e talento, tornou-se o consagrado artista plástico que é hoje.

Sempre buscando a excelência, foi aluno do mestre Wilson Vicente, além de sofrer influência de Edgar Walter, Túlio Dias, José Rosário e outros, o que transformou suas pinceladas em muito mais do que meras cores. Seus temas principais são as paisagens em torno do Rio Piracicaba, seus vales e colinas, suas estradas de terra.

José Ricardo tem o seu trabalho conhecido e reconhecido em todo o território nacional através de exposições e leilões de artes, sendo muito disputado por galerias e colecionadores importantes em países da América e Europa.




José Ricardo - coleção particular




José Ricardo - coleção particular




José Ricardo - coleção particular




José Ricardo - coleção particular




José Ricardo - coleção particular




José Ricardo - coleção particular




José Ricardo - coleção particular


TELAS IN FLASH

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Durval Pereira - Detalhe - coleção particular




Georgina de Albuquerque  - 1926 - coleção particular




Edson Mota -Afresco - Igreja Dores do Turvo




Tulio Dias  - coleção particular




Antonio Parreiras - 1927 - Museu Antonio Parreiras




Laerpe Mota - coleção particular




Sergio Martinolli - 1938 - coleção particular
ESPAÇO ESTRANGEIRO


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Carlos de Haes  - 1829-1898 - Bélgica



Edmond Yarz - 1846-1921 - França




Giovanni Fattori - 1860 - Itália



Autor desconhecido - data desconhecida




Steve Hanks - USA




Giovanni Castagneto - Itália/Brasil




Marie Nivoulies de Pierrefort - 1952 - detalhe
CANTINHO DA MÚSICA





CHORO, CHORINHO, CHORÃO

                                          Parte          2


Além do conjunto “Oito Batutas” Pixinguinha deu outra forte contribuição ao choro, no momento que compôs “Carinhoso”, que era uma polca lenta, depois transformada para chorinho e que agradou em cheio com a letra colocada por Braguinha, anos depois, quando já corria o ano de 1937. 

 Os anos 20 foram pródigos em grupos instrumentais, chamados de “regionais”, sendo os mais destacados o “Regional do Canhoto” e o “Regional de Benedito Lacerda”. O hoje reverenciado Jacob do Bandolim também fundou um importante regional, o “Época de Ouro”, que fazia enorme sucesso, sendo a casa de Jacob um ponto de encontro de maravilhosos saraus, ponto de reunião de grandes “chorões”, situação que continuou, já nos anos 80 na casa de Álvaro Carrilho, com o nome de “rodas de choro”, tendo Henrique Cazes escrito: “Uma roda de verdade é aquela que mistura profissionais e amadores, gente que toca melhor e pior, sem nenhum problema.”

O choro encantou também ao nosso grande Villa-Lobos, que compôs o ciclo dos Choros, obras que segundo o próprio autor “representavam uma nova forma de composição musical brasileira indigna e popular.”  Na década de 50 o grande Radamés Gnattali  compôs a Suíte Retratos, homenageando os quatro compositores que considerava fundamentais na música brasileira, Pixinguinha, Ernesto Nazareth, Anacleto de Medeiros e Chiquinha Gonzaga, e foi um marco na história do “Choro” , seguido de Altamiro Carrilho, que levou o choro ao mundo erudito, pois através de concertos, executava clássicos em ritmo de choro.

Nos anos 60 o choro perdeu evidência, só voltando à tona nos anos 70, tendo ocorrido duas edições do Festival Nacional de Choro pela TV Bandeirantes de São Paulo e um Concurso de Conjuntos de Choro pela Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro. A década de 80 foi marcada por inúmeras oficinas e seminários de Choro, com reuniões constantes de instrumentistas para debates  e ensaios sobre choro, culminando com o primeiro Seminário Brasileiro de Música Instrumental em Ouro Preto/MG, no ano de 1986, uma proposta ampla que resultou na redescoberta do choro.

Atualmente o “Choro” está ganhando certo espaço, principalmente por iniciativas individuais e cada vez mais jovens instrumentistas buscam conhecer este estilo musical, mostrando esta nova geração de músicos uma dedicação e um entusiasmo digno de registro. A grande mídia não tem mostrado interesse neste tipo de música e dificilmente vamos ver “Choro” em programas normais de TV ou mesmo tocando no rádio no Brasil. É mais fácil ver tal situação no Japão.

 Mesmo que a cultura popular brasileira tenha merecido maiores cuidados, principalmente a cultura musical negra trazida da África e Maracatus e outros “batuques” trazidos pelos portugueses, continuam  esquecendo-se do “Choro” que é um estilo puramente brasileiro, único, criado por brasileiros e sem importação de tendências de outras etnias musicais, sendo a divulgação do “Choro” uma maneira de preservar uma cultura nossa, típica, de grande atrativo harmônico e que exige execução talentosa.

Será que vamos ter que esperar que um roqueiro americano qualquer toque um “Choro” em um filme famoso para o Brasil ver a pérola musical que tem ?

                                                                                         Edmundo Machado