segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O ESPATULADO DE NELSON MOLINA

Outro pintor que merece toda a nossa atenção e admiração é o grande Nelson Molina, que tem como marca registrada de suas obras o espatulado forte e vibrante, que não só encanta como nos dá uma imensidão de cores e detalhes que, de forma incrível, consegue colocar em uma tela.
Nelson Molina é exatamente o que transmite na foto ao lado. Simpático, gentil, exalando alegia e carinho com todos que o cercam e, muito humilde, sempre achando que em suas telas cabia algo mais, algum outro detalhe ou alguma outra cor, pelo que esta busca do mais sempre o obriga a produzir uma tela ainda melhor que a anterior.
Na minha visão Nelson Molina ainda não se concientizou, plenamente, da excelência de sua obra e da grandiosidade de seu trabalho. Sua técnica de espatulado é única e inimitável. É uma assinatura autenticada, bastando olhar para a tela para se ter certeza de quem é o autor e ficar encantado com o que dela é emitido.
Digo, sem receio de errar, que a obra de Nelson Molina não é só para ser vista com os olhos, mas para ser apreciada com a alma, com o todo de sensibilidade que possa haver dentro do espectador que, mesmo sem querer, é transportado para dentro da obra, se integrando ao trabalho.



Nelson Molina - "Veneza" - coleção Edmundo Machado  
    
Nelson Molina - coleção particular

















Nelson Molina - coleção Edmundo Machado   




Nelson Molina - coleção particular

















Nelson Molina - coleção particular

                           Agora, já sabendo que você se apaixonou pela obra do pintor, aprecie as telas seguintes :


Nelson Molina  - coleção particular















Nelson Molina - "Palácio de Dodge" - coleção Edmundo Machado
  
Nelson Molina - coleção particular















                                  E ficamos por aqui. Creio ter deixado a todos uma pequena mostra da versatilidade e excelencia da obra deste fenomenal artista plástico e, se você ainda não tem uma obra do Nelson em sua coleção, apresse-se em conseguir uma.

TELAS IN FLASH

Aqui um flash de algumas obras de artistas brasileiros, contemporâneos, que demonstram não só a versatilidade de nossos artistas plásticos como também a pura beleza da arte brasileira:


Cândido Oliveira - "Paris" - 60 x 80 - coleção Edmundo Machado






















Adriana Andrade - "Rosas" - 50 x 70 - coleção Edmundo Machado








Celson Castro - "Barcos" - 50 x 70 - coleção Edmundo Machado

















Jorge Maciel - "Pescadores" - 70 x 100 - coleção Edmundo Machado        (esta tela é releitura da obra "Pescadores Valencianos" do famoso pintor espanhol do século XIX Joaquin Sorolla y Bastida)



Alex Carminatti - "Carro de Boi" - 50 x 70 - coleção Sr. Ralime Jorge
















André Lombardi - " Na Cozinha" - 70 x 90 - coleção Dr. Silvino A. Neto

domingo, 30 de janeiro de 2011

CANTINHO DA MÚSICA

Almeida Junior - "Violeiros' - 1899 - Pinacoteca Est. São Paulo
A ORIGEM DO VIOLÃO

A história do violão não é até hoje pacífica e mais de uma versão existe quanto a evolução deste instrumento tão popular. Das correntes mais aceitas, uma dá como certa a origem do violão como uma evolução de um instrumento grego, chamado de “khetara grega” que, nas mãos dos romanos passou a chamar-se “citara romana” e também de “fidícula” e que teria chegado ao mundo ibérico no século I d.C pelas mãos dos conquistadores romanos. Afirmam os musicólogos que o instrumento assemelhava-se a lira e que foi sofrendo transformações até aparecer uma caixa de ressonância, acompanhada de um braço de três cravelhas e três cordas e que, posteriormente, foram feitas divisões transversais para que se pudesse obter som mais grave ou agudo de uma mesma corda, o que estabeleceu as características atuais do violão.
Uma segunda corrente afirma que o violão é oriundo do antigo “alaúde árabe”, que chegou na península ibérica através das invasões mulçumanas, com as tropas comandadas por Tariz. Como os mouros conseguiram vencer o rei Rodrigo de Espanha na batalha de Guadalete, não demorou para que a península fosse conquistada e por volta de 718 foi formado um emirado subordinado ao califado de Bagdá. O “alaúde árabe” por ser um instrumento já conhecido dos mouros, adaptou-se perfeitamente as manifestações culturais da época e fazia parte das atividades da corte.
Aprofundando-se a pesquisa, temos que as duas correntes tem seu ponto de verdade, vez que no século VIII tanto o instrumento de origem grega como o de origem árabe existiam, em um mesmo momento, nas terras de Espanha, fato comprovado por ilustrações antigas, onde podemos ver um instrumento, chamado de “guitarra moura”; com três pares de corda e tocado por uma palheta, nas mãos de um instrumentista árabe e um outro, chamado de “guitarra latina”, no formato de dois círculos sobrepostos, parecendo o número oito e com quatro pares de cordas, nas mãos de um instrumentista romano.
Daí que podemos concluir, sem dúvida alguma, que tanto o instrumento de origem grega como o de origem árabe, existiram e coexistiram em um mesmo tempo no mundo ibérico e que a evolução do violão está intimamente ligada à própria história da vida espanhola. Também não se pode discutir que a cultura moura deixou profundas marcas na cultura espanhola e que no setor da música a influência é visível até hoje, mesmo nas composições atuais espanholas, sobressaindo-se de forma evidente o modo e o som das músicas flamengas, com entonações típicas da música árabe e totalmente divergente da formação melódica ocidental.
Outro ponto concreto que indica a origem do violão é a palavra “guitarra”, nome pelo qual o violão é conhecido em diversos países de língua não portuguesa. Na língua inglesa o violão chamasse “guitar”, na francesa “guitare”, em alemão chamasse “gitarre” e em italiano “chitarra”, diferente do Brasil que, quando falamos “guitarra”, estamos denominando o instrumento elétrico “guitarra elétrica”.
Isto porque os portugueses possuíam um instrumento muito assemelhado ao violão, só que um pouco menor, denominado de “viola” e, quando viram a “guitarra”, extremamente parecido com a viola, só que maior, entenderam que era uma “viola grande” e colocaram o nome do instrumento no aumentativo, fazendo a correlação de viola para violão.
Outros comentários de valor podem ser encontrados na obra “A evolução do violão na história da música” de Eduardo Fleury Nogueira, que é leitura obrigatória para quem queira pesquisar o assunto.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O MESTRE CLÓVIS PÉSCIO




Quem é colecionador não pode deixar de ter alguma obra desta figura ímpar que é o mestre Clóvis Péscio em seu acervo. Digo "figura ímpar" porque quem conhece este fabuloso pintor pessoalmente não consegue resistir ao encanto que brota de cada sorriso e de cada palavra. Clóvis é simpático, alto astral, educadíssimo e de uma gentileza sem igual. E tudo isso se revela também em sua obra, de traços perfeitos, pinceladas delicadas e de precisão cirurgica.
Clóvis Pescio nasceu em 1951, na cidade de Santo Antonio de Posse, interior de São Paulo. Sua paixão por arte começou na sua infância e desde então vem trabalhando intensivamente no seu desenvolvimento artístico. Iniciou seus primeiros trabalhos em óleo sobre tela em 1968. Estudou na Faculdade de Belas Artes de Sao Paulo em 1970, onde aperfeiçou seu conhecimento técnico e teórico nos cursos de Licenciatura em Desenho e Plástica e posteriormente em Licenciatura em Educação Artística. Nesse período, teve como mestres os artistas plásticos Vincent Di Grado, Fang e o escultor Rafael Galvez.
Sua primeira participação artística em salões oficiais foi em 1972. Desde então, tem participado de mais de centenas de exposições coletivas e individuais, obtendo reconhecimento por parte da crítica e do público, com prêmios e títulos nacionais, além de participações como jurí nos mais conceituados salões de arte do Brasil. Suas obras integram acervos de colecionadores e galerias no Brasil, Estados Unidos, França, Espanha, Japão, Argentina e Canadá.

Clóvis Péscio - "Marinha" - 60 x 80 - coleção Edmundo Machado



Clóvis Péscio - "Rio Aquidaban" - 50 x 70 - coleção Edmundo Machado
Clóvis Péscio - "Veneza" - 60 x 80 - coleção Edmundo Machado
Clóvis Péscio - "Veneza" - 60 x 100 - não comercializada

           













E muitas e muitas outras obras maravilhosas já sairam dos pincéis deste ícone das artes plásticas brasileira, pois Clóvis Péscio já tem mais de 40 anos dedicado a produzir encantamentos em matizes e cores.    


















 













 PRECISA DIZER MAIS ALGUMA COISA ?


CANTINHO DA MÚSICA :    


LEMBRANDO PIAF


Mesmo com toda oportunidade de informação que o jovem tem à mão nos dias de hoje, não encontramos no Brasil um conhecimento musical apurado e, em geral, do passado, pouco ou nada a juventude sabe. Daí o motivo de, sempre que possível esta coluna tentar lembrar um nome importante no cenário musical.
   Em dezembro de 2010, se viva fosse, uma importante cantora francesa e que encantou o mundo todo, estaria completando 95 anos. Estou me referindo a Édith Piaf, batizada Édith Giovanna Gassion, filha de uma cantora ambulante e de um acrobata de circo que a abandonou antes de ela nascer. A sua mãe, a ponto de dar à luz, não conseguiu chegar à maternidade e Édith nasceu em plena rua, frente ao número 72 da Rue de Belleville, em Paris, no ano de 1915.
A mãe, pobre, entregou-a ao cuidado da sua avó materna, que depois, entrega-a ao pai, que estava a ponto de partir para o front, na Primeira Guerra Mundial, o que o leva a deixar a menina com a sua avó paterna, dona  de uma casa de prostituição em Bernay, Normandia, sendo Édith criada pelas prostitutas da casa. Se os primeiros anos da vida de Édith foram difíceis, os da sua adolescência foram piores. Quando apenas tinha dez anos, o seu pai adoeceu gravemente e a pequena começou a cantar pelas ruas, recolhendo as moedas que os transeuntes lhe atiravam.
Ao finalizar a Primeira Guerra Mundial, o seu pai volta e leva-a consigo a viver a vida dos artistas dos pequenos circos itinerantes, independente e miserável. Édith revela o seu talento e a sua excepcional voz nas canções populares que canta nas ruas com o seu pai, tal como a sua mãe havia feito. Desde cedo envolveu-se com homens de pouco caráter, rufiões, artistas de rua e em 1933, aos 17 anos, tem uma filha com o seu amante Louis Dupont, chamada Marcelle, que morre de meningite aos dois anos de idade, em 1935.
Edith, apesar de não ser bonita e de ter apenas 1,53 metros de estatura, era uma dessas femmes fatales que emanam um encanto especial, o que fazia com que os homens caíssem rendidos a seus pés. Pela sua vida passaram também homens famosos como Marlon Brando, Yves Montand, Charles Aznavour e outros. Também sucumbiram aos seus encantos o famoso campeão de boxe Marcel Cerdan e o ator John Garfield.
Edith seguia vivendo "La vie en rose" apesar de um terrível acidente automobilístico, no qual sofreu várias fraturas e onde os médicos prescreveram-lhe morfina, droga que rapidamente se tornou dependente. Piaf injetava-se, através da roupa e das meias, momentos antes de subir ao palco. A única vez que atuou sem morfina foi um desastre.
Também começou a beber sem controle.
Chegou aos seus 46 anos intensamente vividos e, sem saber como, encontrou de repente o grande amor da sua vida. Envolveu-se numa relação que surpreendeu o mundo. Enamorou-se loucamente por Théo Sarapo, um jovem grego 20 anos mais novo do que ela, com quem se casou embora tudo indicasse que se tratava de mais um “gigolô” que queria aproveitar-se da fama e da fortuna de Piaf.
Um ano depois de casar com o jovem grego, em 1963, Edith Piaf morreu na sua casa do Boulevard Lannes, com a idade de 47 anos, vítima de uma cirrose avançada e com as suas funções deterioradas devido à morfina. Théo Sarapo foi o único herdeiro de Edith Piaf. Os direitos discográficos, de autor e cinematográficos foram para sua conta bancária. Isso confirmava as suspeitas de toda a gente.
A imagem de “gigolô”, inescrupuloso e oportunista, estendeu-se por todo o mundo, enquanto que o silêncio do grego confirmava todas essas suspeitas. Contudo, sete anos depois, Théo Sarapo voltou a ser notícia na imprensa, pois havia cometido suicídio. Sobreviveu até esgotar a herança recebida de Édith, que nada mais era que uma lista interminável de dívidas.
A enfermidade e a dependência de Édith Piaf tinham-na deixado na bancarrota e com dívidas até ao pescoço. Théo Sarapo, em silêncio,  foi-as pagando como pode, uma atrás de outra, até deixar totalmente limpo o nome Piaf. Quando acabou de pagar o último centavo, terminou com a sua existência. Para que a queria, se não podia compartilhá-la com o único amor da sua vida?
                                                                                     Edmundo Machado