sábado, 26 de fevereiro de 2011

WILSON VICENTE

Excepcional artista mineiro, nascido em Cataguases e que iniciou seu trabalho em óleo sobre tela aos 16 anos de idade. Tal qual outros tantos artistas plásticos é de extremada reserva, pelo que não temos nem mesmo uma foto para ilustrar esta matéria.
Wilson Vicente é artista catalogado, com medalhas e prêmios de destaque em salões de arte e é considerado um dos maiores paisagistas rural do país ainda vivo (e digo um dos maiores porque não podemos esquecer de José Rosário, outro pintor mineiro, magnífico em retratar paisagens rurais) ressaltando de suas obras uma visível influência da escola de Edgar Walter (já falecido), mas com uma constante procura pela perfeição e com um toque diferente, uma visão mais crítica do povo interiorano.
A obra de Wilson Vicente tem o poder de retratar, com exatidão, o rurícola mineiro em sua atitude cotidiana e banal, executando aquelas tarefas tão comuns e simples do trabalho no campo, enquanto com cores e perspectiva nos dá a dimensão do movimento, pelo que as telas oscilam entre o lírico e o romântico, encantando o observador.
Como não sou pintor e nem crítico em artes, não tenho como avaliar a plenitude da obra de Wilson Vicente. Só posso relatar meu encantamento frente a cada tela, chamando atenção para cada detalhe, seja de uma folha, seja a morfologia de uma figura, convidando a você leitor para admirar as telas abaixo.

click na imagem para ver em tamanho maior
Wilson Vicente - "Paisagem Mineira" - coleção Edmundo Machado



Wilson Vicente - "Rua da Mina Chico Rei" - coleção particular













Wilson Vicente - coleção particular


  

Wilson Vicente - "Vila" - coleção Edmundo Machado















Wilson Vicente - "Fazenda Secular" - coleção particular



Wilson Vicente - "Trelando Bois" - coleção Edmundo Machado














Wilson Vicente - "Conversando" - coleção Edmundo Machado




TELAS IN FLASH



Alex Luizi - coleção Sr. Homero Neves Filho



David Wang - coleção particular












MG Costa - coleção particular





José Rosário - coleção José Rosário










José Rosário - coleção particular



Renato Pessanha - coleção particular




Romano Di Martino - coleção particular


J. B. Campos - coleção particular



Cândido Oliveira - coleção Edmundo Machado



ESPAÇO ESTRANGEIRO

Este blog foi criado para exibição de telas de artistas brasileiros. Porém a arte é mundial e muitas obras de estrangeiros merecem destaque, pelo que entendi que não poderia discriminar  a beleza. Assim, excepcionalmente, abrimos espaço para alguns pintores não brasileiros.



Brett Humphries - pintor inglês - coleção particular



Wislow Homer - 1873 - USA - coleção Mr. Paul Mellon












Thomaz Charles Farrer - 1865 - USA - coleção Mr. John Wilmerding




Eugenio Viti - pintor italiano - coleção particular




















Lord Leighton - inglês - coleção particular





Mian Situ - USA - coleção particular


























Vito Campanella - italiano naturalizado argentino - coleção particular



Steven Hanks - USA - coleção particular



John Constable - 1820 - USA - Museu John Constable















Daniel R. Knight - USA - coleção particular

CANTINHO DA MÚSICA

 FOLIA A BRASILEIRA

E, como de outros tempos, o verão está presente, com sol, a praia, a animação e, embora as águas de março é que fechem a estação, de fato, o Carnaval é que dá o tom do ano brasileiro. Isto porque, em verdade, a vida do país só começa, realmente, após o Carnaval. Antes a coisa “vai na valsa”, mas não engrena.
A origem do Carnaval até hoje não é precisa, existindo sérias divergências entre os historiadores. Alguns dizem que o Carnaval é encontrado em festas populares da Grécia Antiga, muitos anos antes de Cristo. Outros afirmam que é de procedência egípcia, isto sem falar nas versões que levam a origem da festa para a Europa medieval.
No Brasil, sem divergências, a festa teve seu início em uma tradição portuguesa chamada “Entrudo” onde, em determinada época do ano, em brincadeira popular, os portugueses saiam às ruas e jogavam, um nos outros, água, farinha e ovo. Evidente que a sujeira era enorme, pelo que a festa era também conhecida por “mela-mela”.
É bom relembrar que o “mela-mela”, assim como o Carnaval de Veneza, da França e de outros pontos da Europa, resumia-se em pessoas mascaradas ou até fantasiadas andando pelas ruas e lançando água e outros produtos nos demais participantes, sem qualquer tipo de cantoria ou instrumentos musicais.
E, na minha opinião, exatamente neste ponto reside a beleza e o ineditismo do Carnaval brasileiro. O que tornou o Carnaval brasileiro diferente de tudo que existe pelo mundo foi a música. Enquanto as demais festas carnavalescas eram silenciosas, o som, o ritmo e as melodias levadas pelo povo brasileiro para as ruas é que transformaram esta festa pagã em uma explosão de alegria, tornando-a festa carnavalesca totalmente diferenciada das restantes existentes pelo mundo.
Tenho que, no início, não foram feitas músicas para o Carnaval. Isto só veio a acontecer muito depois. No princípio, a explosão de risos e alegria do povo é que levou músicas de salão, mas de ritmo mais animado, para as ruas, somado ao fato de que, no fim do século XIX, começo do século XX, surgiram os primeiros cordões, os corsos, os blocos carnavalescos, que entoavam músicas enquanto passavam e incluíram instrumentos musicais à festa, o que deu um novo colorido a brincadeira.
Registro importante é a música “Abre Alas” de autoria de Chiquinha Gonzaga, que em 1899 deu o tom e o ritmo do Cordão Rosa de Ouro, e que incorporou, definitivamente, a música ao Carnaval, vez que a novidade (se é que podemos chamar assim), motivou o ingresso definitivo da música à grande festa popular.
Neste mesmo século XX surgiam, ainda que de forma embrionária, as grandes agremiações carnavalescas de hoje e com elas, a ala de compositores, criadores de sambas memoráveis e, existindo mercado para marcinhas e ritmos correlatos, muitos passaram a explorar este filão. Só como lembrança, basta recordarmos das marchas “A Jardineira” (Oh, jardineira/porque estás tão triste/mas o que foi que ti aconteceu), “Allah-Lá-Ô” (Allah-la-ô, ô,ô,ô/mas que calor, ô,ô,ô), “Aurora” (se você fosse sincera/ô,ô,ô/aurora), “Cachaça” (se você pensa que cachaça é água/cachaça não é água não), “Confete”, “Chiquita Bacana”, “Estrela do Mar” e a conhecidíssima “Cidade Maravilhosa”.
Vale comentar que o samba e a marcha não prevalecem em todo o país. No Recife, em Olinda, o Carnaval tem um som mais tradicional-folclórico, posto que os ritmos são o frevo e o maracatu e na Bahia um som de forte incidência de percussão, próprio da região, mas ainda assim, uma festa com muita música.
A verdade é que, tenha o Carnaval saído daqui ou dali, não existe na face da terra um reinado de Momo como o que encontramos no Brasil, uma festa sonora e bem diferente dos carnavais silenciosos encontrados na Europa.
                                           
  Edmundo Machado

domingo, 13 de fevereiro de 2011

AS CORES DE NANDO RIBEIRO

NANDO RIBEIRO
Nando Ribeiro nasceu no Ceará, na cidadezinha de Pires Ferreira. Como bom nordestino é muito discreto e reservado, pelo que só por amizade (e depois de já postada a matéria) consegui uma foto para ilustrar esta matéria. Embora atualmente resida no sul do país, suas lembranças ainda são povoadas pelas brincadeiras, colheitas e pelos personagens de sua infância, devidamente retratados em sua pintura.
De seus pincéis são recriadas figuras fortes, de olhares passivos, de poucos anseios, com pés e mãos grandes como símbolo de sua força estática e nada mais nada menos que reflexos de sonhos de menino. O talho de suas telas estão, segundo os críticos, muito próximos de Adélio Sarro, com forte influência de Di Cavalcanti, porém com uma visão pessoal que identifica sua pintura ao primeiro olhar e levando o observador as terras áriadas e secas do norte.
"Na sua pintura a cor emerge com expressão autônoma, realidade objetiva, organizando as figuras que compõem, dando-lhe estabilidade no limite de uma intenção muito precisa. Este rigor de cores e linhas, e ao mesmo tempo de estilo, não é certamente efeito do acaso, mas de trabalho e domínio dos meios de expressão, que abrindo mão das explicações, nos induz ao convívio com o mundo da Arte." (Milton Teixeira)
O próprio Nando me contou que, ainda criança, na enorme necessidade que sentia em se expressar, usava caibros de construção para esculpir figuras que via nos filmes de faroeste, usando os formões de seu pai que, por sinal, não entendia aquela ansiedade criativa do filho.
Nando já é pintor famoso, conhecido no Brasil e no exterior, tendo conseguido respeito e admiração em várias partes do mundo. Suas obras estão em diversos países da Europa, com destaque para a Espanha, como também no Japão, onde não consegue suprir a demanda de colecionadores e amantes das artes.


"Músicos na Favela" - coleção Edmundo Machado



"Colheita" - coleção Edmundo Machado
















"Mulheres com Gato" - coleção Edmundo Machado
















"Menino Brincando com Bola" - coleção Edmundo Machado



"Colheita de Algodão" - coleção Edmundo Machado



















"Brincando com Pião" - coleção Edmundo Machado







"Máscara Ritual Mexicana" - coleção Edmundo Machado


TELAS IN FLASH

Cláudia Barbosa - "Vendedor de Potes" - coleção Edmundo Machado



Benedito Luizi - "Paisagem" - coleção particular




Evandro Schiavone - "Toureiro" - coleção particular









 


Alex Luizi - "Vila" - coleção Edmundo Machado



W. Maguetas - coleção particular


Malu Delibo - "Florada" - coleção particular


Rui de Paula - "Escondendo da Chuva" - coleção particular


Sandra Maria Artioli - "Serra de São Bento" - coleção Edmundo Machado


Nota: sinceros agradecimentos ao artista plástico José Rosário pela constante ajuda que tem dado para embelezamento deste blog.  Se você gosta de arte não deixe de visitar joserosarioart.blogspot.com




CANTINHO DA MÚSICA

Augustus Earle - 1824 - Bibl. Nacional de Canberra
A MÚSICA E A RAÇA NEGRA

A música negra ou black music, também conhecida como música afro-brasileira no Brasil e música afro americana nos Estados Unidos, é um termo dado a todo um grupo de gêneros musicais que emergiram ou foram influenciados pela cultura de descendentes africanos em países colonizados por um sistema agrícola baseado na exploração de mão-de-obra escravizada. É comum em toda América, onde o uso de mão-de-obra escrava negra foi amplamente utilizada. As músicas tribais africanas foram trazidas pelos escravos para os países americanos, onde se mesclaram com outros ritmos europeus, formando novos gêneros musicais.
O som original africano era tão só a percussão de tambores e que logo foram mesclados aos sons das diversas localidades para onde os negros escravos foram localizados, surgindo uma série enorme de ritmos folclóricos. Esta infinidade de ritmos folclóricos perdeu-se no tempo e deles quase não temos conhecimento, embora se saiba que existiram. Dos ritmos originais africanos sobraram o “jongo”, o “carimbó” e o “landu” e um ou outro que ainda resiste em restritas comunidades rurais do interior e que tendem a desaparecer com o tempo.
A música afro-brasileira que conhecemos hoje tem apenas sua raiz na música negra originária da África, mas com pouquíssima relação com o som original negro. Alguns ritmos negros já estão tão distantes do original que se não fosse a percussão que apresentam, sequer seriam reconhecidos como música afro face as mudanças ocasionadas pela influência dos ritmos europeus.
No Brasil a música afro tem seu suporte na Bahia de onde muitos ritmos nasceram. Procurando manter uma linha extremamente próxima do som afro original, encontramos o som dos “Filhos de Gandi” e do “Olodum”. Em um concepção mais livre, temos como ritmos de raiz negra o axé, a lambada, o maxixe, o samba, o pagode e o reggae, ritmos estes que se subdividem em muitos outros (como o samba, por exemplo, que se subdivide em samba de breque, samba de roda, samba partido alto, samba canção, etc.), dando origem a uma série enorme de sons e linhas musicais.
Na verdade, embora a percussão original típica da África tenha exercido alguma influência na música brasileira, foi ela muito e muito mais influenciada pelos ritmos europeus, a ponto de praticamente desaparecer o som afro originário.
Nos Estados Unidos o som africano surge mais como canção do que como instrumental. Os negros que trabalhavam na colheita do algodão costumavam trabalhar cantando suas canções tribais, o que era conhecido como work songs, e que após, influenciada por ritmos típicos do meio rural americano, deu origem, em primeiro lugar, aos hinos religiosos protestantes do sul dos Estados Unidos. Surgido o ritmo “soul”, segui-se logo o “soul gospel”, dando origem ao “blues” e, por fim, ao jazz, esta maravilhosa linha musical que é ainda ouvida no mundo todo, não só por sua excelência harmônica, como também pela beleza da atuação instrumental que permite.
Em período mais recente, outros ritmos de raiz negra surgiram (como fank, ripp hop, rithym e outros), provando que a mesclagem da música africana com outros sons foi proveitosa para a música.

                                              Edmundo  Machado