domingo, 13 de fevereiro de 2011

CANTINHO DA MÚSICA

Augustus Earle - 1824 - Bibl. Nacional de Canberra
A MÚSICA E A RAÇA NEGRA

A música negra ou black music, também conhecida como música afro-brasileira no Brasil e música afro americana nos Estados Unidos, é um termo dado a todo um grupo de gêneros musicais que emergiram ou foram influenciados pela cultura de descendentes africanos em países colonizados por um sistema agrícola baseado na exploração de mão-de-obra escravizada. É comum em toda América, onde o uso de mão-de-obra escrava negra foi amplamente utilizada. As músicas tribais africanas foram trazidas pelos escravos para os países americanos, onde se mesclaram com outros ritmos europeus, formando novos gêneros musicais.
O som original africano era tão só a percussão de tambores e que logo foram mesclados aos sons das diversas localidades para onde os negros escravos foram localizados, surgindo uma série enorme de ritmos folclóricos. Esta infinidade de ritmos folclóricos perdeu-se no tempo e deles quase não temos conhecimento, embora se saiba que existiram. Dos ritmos originais africanos sobraram o “jongo”, o “carimbó” e o “landu” e um ou outro que ainda resiste em restritas comunidades rurais do interior e que tendem a desaparecer com o tempo.
A música afro-brasileira que conhecemos hoje tem apenas sua raiz na música negra originária da África, mas com pouquíssima relação com o som original negro. Alguns ritmos negros já estão tão distantes do original que se não fosse a percussão que apresentam, sequer seriam reconhecidos como música afro face as mudanças ocasionadas pela influência dos ritmos europeus.
No Brasil a música afro tem seu suporte na Bahia de onde muitos ritmos nasceram. Procurando manter uma linha extremamente próxima do som afro original, encontramos o som dos “Filhos de Gandi” e do “Olodum”. Em um concepção mais livre, temos como ritmos de raiz negra o axé, a lambada, o maxixe, o samba, o pagode e o reggae, ritmos estes que se subdividem em muitos outros (como o samba, por exemplo, que se subdivide em samba de breque, samba de roda, samba partido alto, samba canção, etc.), dando origem a uma série enorme de sons e linhas musicais.
Na verdade, embora a percussão original típica da África tenha exercido alguma influência na música brasileira, foi ela muito e muito mais influenciada pelos ritmos europeus, a ponto de praticamente desaparecer o som afro originário.
Nos Estados Unidos o som africano surge mais como canção do que como instrumental. Os negros que trabalhavam na colheita do algodão costumavam trabalhar cantando suas canções tribais, o que era conhecido como work songs, e que após, influenciada por ritmos típicos do meio rural americano, deu origem, em primeiro lugar, aos hinos religiosos protestantes do sul dos Estados Unidos. Surgido o ritmo “soul”, segui-se logo o “soul gospel”, dando origem ao “blues” e, por fim, ao jazz, esta maravilhosa linha musical que é ainda ouvida no mundo todo, não só por sua excelência harmônica, como também pela beleza da atuação instrumental que permite.
Em período mais recente, outros ritmos de raiz negra surgiram (como fank, ripp hop, rithym e outros), provando que a mesclagem da música africana com outros sons foi proveitosa para a música.

                                              Edmundo  Machado

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