CANTINHO DA MÚSICA
INSTRUMENTOS MUSICAIS
A produção de sons e a busca de coisas ou objetos que produzam sons parece ter nascido com o ser humano e desde o tempo das cavernas o homem busca aprimorar tal desejo. Os arqueólogos já encontraram, por mais de uma vez, desenhos rústicos, figuras ou objetos que nos dão conta que a produção de sons faz parte da índole humana. É evidente que o homem pré-histórico não possuía as noções musicais que temos hoje, não tinha idéia de escala tonal e muito menos instrumentos musicais fabricados, mas que produziam sons, isto é incontestável.
Alguns estudiosos afirmam que o primeiro “instrumento” humano foi de cordas, nascido no momento que o homem pré-histórico vibrou uma corda estendida, talvez a corda do seu próprio arco, enquanto outros pendem para a posição de ter sido um “instrumento” de percussão, quando o homem bateu em uma pedra ou mesmo em um tronco de árvore.
Seja qual for a verdadeira tese, certo é que em 4.000 a.C., na antiga China, no reinado do imperador Fou-hi tanto o instrumento de percussão como o de cordas já existiam, pois lá já encontramos um instrumento de percussão denominado “king”, formado por pedaços de pedras afiadas e tocado por um martelo, um instrumento de cordas de seda retorcidas chamado de “kin”, e ainda o “tscheng”, de criação chinesa, usado exclusivamente em cerimônias religiosas.
Na antiguidade clássica os gregos são, inegavelmente, os que mais elevaram a música a grau de arte, pois a música fazia parte da cultura grega e era fator de destaque na educação. Basta observar que todos os filósofos e matemáticos gregos escreveram sobre música. Ao que tudo demonstra, a “lira” é o mais antigo instrumento grego, contando a lenda que o deus Apolo foi quem encontrou um casco de tartaruga com as tripas ressecadas e esticadas e, ficou encantado com os sons melódicos que ouviu quando passou os dedos nas tripas secas. Daí porque a “lira” tinha, primitivamente, a forma de um casco de tartaruga.
É também de origem grega a “cítara”, instrumento de som suave, a “flauta de Pan”, composta de vários tubos anexados que emitiam cada um sons diferentes e ainda o “aulo”, uma flauta grega de palheta dupla.
Os romanos, embora tenham conquistado a Grécia, mesmo tendo sido influenciados pela cultura grega, não foram bom exemplo de gosto pelas artes musicais, talvez pelo seu caráter bélico e só nos deixaram “canções” inexpressivas. Na esfera de instrumentos os romanos não nos legaram absolutamente nada. Usavam muito e em qualquer tipo de ocasião, seja casamento ou enterro, a “tíbia”, que era igual ao “aulo” dos gregos e as “trombetas”, que eram cornetas metálicas de som estridente, que mais serviram nos campos de batalha para incentivar os exércitos ou anunciar a chegada das tropas.
Durante o cristianismo predominou a canção religiosa e aí então vamos encontrar as grandes realizações da arte musical, respeitada a limitação instrumental existente á época se comparada ao que temos nos dias de hoje. O curioso é que na Itália, terra dos antigos romanos, passados mil anos do tempo de César, os italianos criaram sua música própria, típica e que alcançou o mundo todo por sua beleza e criatividade.
Edmundo Machado
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